Solidariedade mútua

No dia 29 de dezembro escrevi que não percebi nada dessa “prisão preventiva” quando a vítima já estava morta — burro morto, cevada ao rabo. Contudo, se a vítima sobreviva — por exemplo, por intervenção médica em tempo útil — o agressor fica em liberdade até conseguir matá-la numa próxima ocasião.

Creio que agora já estou a perceber — “prisão preventiva” é para proteger o próprio agressor, não a vítima. Por que os agressores têm essa tendência de se suicidar, assim que terem conseguido matar.

Há pouco tempo um maluco matou a sua mulher com 8 tiros.
A Judite abriu logo uma caça ao homem que durou pelo menos três semanas, se me lembre bem. Depois essas três semanas o corpo do agressor, que pelas vistas se tinha suicidado logo depois do crime, foi encontrado praticamente ao lado do corpo da sua mulher — que entretanto já tinha sido removido, claro, e enterrado. O corpo do homem, num estado avançado de decomposição, foi encontrado pela bófia, em força total durante três semanas?
Não! Por um canito.

É verdade, às vezes é preciso pensar um bocadinho para entender o “funcionamento” da justiça portuguesa.

Por exemplo, há mais ou menos oito dias fugiram 17 imigrantes ilegais duma pensão em Tavira, onde tinham sido alojados depois de ser detidos pelo SEF.
Mas, pergunto eu, do que o SEF estava à espera? Que os refugiados iam ficar parados, à espera do seu repatriamento? Isso não se chama “morrer na praia” em bom português?

SEF: Sim, tem razão, Jaap, mas… eles fugiram pela janela, percebes.

Não me diga! Sem primeiro ir pagar no balcão da receção, na entrada principal? Ai! do mundo que vai tudo ao fundo!

Já sei! Se calhar o SEF quis ser solidário com os seus colegas da GNR. Se calhar os mesmos lhe tinham implorado: “Não temos nada para fazer, pá! Nunca se passa nada aqui no Algarve, com todos esses estrangeiros bonzinhos! Estamos aborrecidos, e faz tempo. Vocês do SEF não têm uma solução? Por exemplo, fazer com que a gente pode deixar parar todos os veículos na fronteira com a Espanha durante uma data de dias? Quer dizer, se alguém consiga fazer disparate, são vocês, não é.”

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