Maldade, vai-te embora

Não sei bem se há mais maldade do que bondade neste mundo, mas é bastante óbvio que a indústria de diversão sabe que bondade não é notícia. Maldade é. Aliás, maldade não é só notícia, maldade tornou-se em entretenimento. Quem já viu as notícias na CMTV, sabe do que estou a falar. A TVI, mesma coisa. Conseguiram o Claúdio Ramos e Manuel Goucha ainda pegar na maldade dos concorrentes nas galas BB e torna-la bem mais leve, a Cristina Ferreira a aumenta e ainda vai piorar as coisas. Resultado: no fim da gala, a Cristina é a única pessoa muito feliz e satisfeita, todas as outras – concorrentes, público e telespectadores – entraram em depressão.
Todas? Não, não todas! Imagino que a grande maioria maldosa, que indica os índices de audiência, também fique muito satisfeita e feliz.

Há pessoas sem maldade? Acho que não. Mas há quem têm tanta maldade dentro de si, que precisam dum escape. É como se pensassem: “Bom, tenho todo este ódio dentro de mim, mas não sei porquê. Só sei que preciso duma vítima para deitar tudo cá para fora.” Conheço pessoas que parecem muito calmes e bondosas, mas no momento que se tem a audácia de discordar delas… “Porquê não voltas para a Holanda?” Tenho a certeza que não sou o único estrangeiro que está na extremidade recetora desse escape de ódio latente. Um estrangeiro tem que se sentar, ficar e ser bom cão. Uma opinião própria não faz parte.
E os (pequenos) partidos políticos perguntam-se onde foram parar os seus eleitores? Pelo menos sei onde ficam aqueles que precisam dum escape, mas não digo nada. Já chega.

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